domingo, 24 de fevereiro de 2013

Louis Eschenaeur Bordeaux e Zéphyr

Seguindo a tradição de vinhos, vamos a mais dois que eu tomei recentemente. Pra começar, um Bordeaux tinto 2011 da Louis Escheneauer. Ao contrário do Mouton Cadet que eu tomei aqui, esse eu gostei. Ainda não foi um gostar estilo Cahors, mas certamente é um Bordeaux que eu repetiria a dose em outra oportunidade. O preço é amigável, $15.50CAD, ainda mais na oferta que dava desconto de três dólares na SAQ. Provavelmente devo experimentar outro Bordeaux, talvez de uma gama mais elevada, para ver se achou um coup de coeur. Até agora, se fosse fazer um jantar em casa para amigos, talvez levasse uma garrafa de bordeaux para aumentar a variedade. Mas numa contenção de gastos, não teria pena em deixar um Bordeaux para levar um Cahors. Como curiosidade, o capricho da vinícola é impecável, garrafa com detalhes em relevo e etiqueta com número serial completam o pacote.


Finalmente, o Zéphyr, um vinho de sobremesa diferente, de morango, produzido aqui no Québec e com cara de vinho rosé. Eu acho estranho algo feito de morango ser chamado de vinho, mas se os especialistas chamam, não discuto. É um vinho caro, $27.00CAD na SAQ, acho que o mais caro que eu comprei para consumo pessoal (presente a gente abre a mão). Ainda mais se pensar que é uma garrafa de 500ml. Comprei não só porque o vinho é bom, mas porque a Melissa gostou dele na degustação, coisa rara. A sorte é que provei ele logo depois de comermos um doce, que é o jeito certo de se tomar esse vinho. Tentei tomar ele "no seco", sem um acompanhamento doce, mas o resultado não foi bom. Ao contrário de um vinho do Porto, que vai bem mesmo sozinho ou como aperitivo. Fazer uma descrição de aromas e sabores desse vinho é sacanagem, ele cheira a morango e tem gosto de morango. Como era esperado. Recomendado para fugir do lugar comum, mas só de vez em quando.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Les Comtes - Cahors 2011

Seguindo a tradição de falar de vinhos no blog, vamos hoje falar de um Cahors, que está se tornando uma preferência nos fins de semana. Dessa vez é um Les Comtes, do Château de Mercues de 2011. Como todo cahors que se preze, é um vinho com aroma de frutas e de flores e que vai bem com carnes, mas combina bem com a pizza de sexta-feira sem maiores problemas (mais pelo molho de tomate, diga-se de passagem


O preço dele é bem amigável, $14.85CAD no SAQ. Ele pode ser tomado até 7 anos depois do ano de produção, mas também pode ser bebido logo após a produção sem maiores prejuízos. É um vinho que se compara bem ao Château de Gaudou. Apesar da diferença de preço ser pequena ($0.30CAD), a composição desse é bem diferente, 70% de uva Malbec, 20% de Merlot e 10% de Tannat. Ao contrário do Gaudou, que eu tomei a garrafa na boa, o fator tânico mais elevado do Les Comtes (10% de uva Tannat, contra 5% do Gaudou) fez com que sobrasse um pouco. 

No preço normal, ficaria com o Château de Gaudou, mas na oferta, como hoje, o Les Comtes é uma excelente pedida. Se bem que arrisco dizer que se o vinho se chamar cahors, ele tem grandes chance de agradar.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ethnicity 01

Para que o blog não vire simplesmente uma referência sobre vinhos, vou começar a falar sobre outro hobby meu, mangás. Aqui em Montreal ler mangás é bem acessível, nem tanto pelo preço, mas pela biblioteca central do Québec ter uma seção de quadrinhos enorme, contando com várias prateleiras de mangá. Tanto em francês como em inglês. Acesso a cultura é isso.

Um que eu li recentemente é o Ethnicity 01, de Nobuaki Tadano. O cenário é uma distopia pós-apocalíptica na qual humanos vivem em Sensoram, uma cidade reduzida e extremamente controlada. Todos cidadão são monitorados por assistentes pessoais, os e-Pets, designados para guiá-los no seu dia-a-dia e a tomar decisões que mantenham a ordem do local. É neste cenário que a protagonista principal, Niko, conhece Astha, um infiltrado das zonas brancas, áreas para os exilados de Sensoram.
Exilada por traição (involuntária), Niko acaba descobrindo a verdade sobre a razão de existirem as zonas brancas, como elas conseguem se manter sem nenhum recurso especial e da sua função para a manutenção de Sensoram. Tem todo um cenário com grupos revolucionários e algum mistério com as motivações de alguns personagens. O mangá tem uma boa premissa e consegue segurar bem nos seus três volumes (na medida), mas é certo que ele era planejado para ser um pouco mais longo e foi encurtado.

A parte final do mangá, em que as revelações são feitas e conhecemos Ethnicity 01, é coerente, mas fica uma sensação razoável de previsibilidade. É difícil ver a solução encontrada para resolver  como algo difícil de se imaginar, ou, pior ainda, como o responsável parcial por ela não pensou nisso antes. Eu diria que é satisfatório, mas com certeza não aproveita todo o potencial do cenário construído nos dois volumes anteriores.

Em parte o mangá é uma oportunidade perdida de uma boa ficção científica que provavelmente enfrentou uma decisão editorial difícil no final do segundo volume. Mas  responsabilidade é do autor em si, tendo lido o 7 Milliards d'Aiguilles (7 Bilhões de Agulhas) fica a impressão que o Nobuaki Tadano tem boas ideias, mas rola um bloqueio na hora de desenvolver e encaminhar a conclusão. Pessoalmente, gostei mais de Ethnicity 01 e provavelmente não reclamaria de ler outro mangá dele. Da biblioteca, claro.